a manhã repercute suas impressões em minha tez negra
a poeira fina cobre a réstia de luz molenga que atravessa
a brecha da porta
ergo-me com a lança em punho e vou caçar:
demoro semanas mato a dentro e não trago nada que valha
um banquete
impaciente, Dandara, se acerca de mim com seus olhos famintos de comida
e amor
promete me abandonar
“— Não sei viver sem você, Dandara! Espere que algum cateto há de aparecer.”
passam-se mais dias: cateto não aparece, Dandara desce o rio,
perco o gosto que dela guardava na boca
e desapareço, para sempre, mato adentro
a procura de um esteio para a alma.
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