sábado, 22 de janeiro de 2011

Eterna Dandara

Dandara morreu recostada com a cabeça numa pedra
[a contar estrelas no céu
e seus dedos ficaram grossos num sem fim de [verrugas...
Não acredito em sua morte,
Dandara não morreria jamais sem antes vir me ver
Ainda escuto, ao longe, seu corpo a atritar-se nas [pedras redondas
Que se juntam na beira dos rios...
Ouço sua voz narrando histórias de  guerreiros que [abandonaram
Suas famílias para conquistar o Mar do Norte...
E desenho em minha mente, com rusticidade tamanha,
A elasticidade do seu sorriso
A brevidade de sua alegria...

Dandara, que carreguem as formigas o seu corpo
E te tragam junto a mim
E que arrastem junto consigo
A lama, o graveto, as folhas verdes e maduras
E contornem a sua boca
Guarnecendo-a e defendendo-a até a morte
Se alguém quiser violá-la...
E tragam incensos e néctares
E frutas e pedras
Para deixar em seu leito
Pela eternidade...

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